(In)Segurança nas instalações 6d68o

Grande número de instalações elétricas malfeitas ocasiona milhares de acidentes e dezenas de mortes todos os anos no Brasil. O caminho para mudar este quadro é conhecido e viável. Mas ele exige a união de toda a sociedade. 3s4i28

Há alguns anos, profissionais e entidades de classe têm chamado a atenção sobre a necessidade de aumentarmos a segurança nas instalações elétricas de baixa tensão no Brasil. Porém, a evolução nesse campo tem sido tímida e lenta e o número de acidentes e incidentes decorrentes de instalações malfeitas ainda é grande.

O caminho para elevar o nível de segurança seria tornar compulsória a certificação das instalações elétricas de baixa tensão no País, tendo como base a ABNT NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão, que é a norma técnica que traz todas as informações e parâmetros necessários para realização de uma instalação elétrica segura.

Além dessa norma de instalação, o Brasil possui uma base sólida e moderna de normas e regulamentos técnicos aplicados aos produtos elétricos utilizados nas instalações elétricas que estão alinhados com os mais recentes documentos internacionais.

Para a aplicação adequada dessas normas técnicas é essencial contar com profissionais capacitados para efetuar os trabalhos. E nesse campo também precisamos avançar. A evolução na direção da segurança das instalações envolve a qualificação dos profissionais da área elétrica, de modo que eles sejam preparados para fazer o correto dimensionamento (através de um projeto) e montagem da instalação (por profissional qualificado e habilitado). É desejável, inclusive, que o avanço leve à certificação desses profissionais, para que os trabalhos sejam executados de forma segura e adequada.

Mas, enquanto os avanços não ocorrem, o País continua sofrendo com instalações malfeitas. Os maiores problemas encontram-se nos imóveis mais antigos, principalmente de mais de 20 anos, e na autoconstrução, onde, geralmente, as obras são tocadas sem a devida supervisão de um profissional habilitado, inclusive na parte elétrica.

Nos novos edifícios residenciais e comerciais a situação é um pouco diferente e é possível identificar uma evolução importante em relação às instalações elétricas. Especialmente quando as obras estão sob a responsabilidade de uma construtora. No entanto, cabe observar que, sem o devido processo de avaliação das instalações nos edifícios, é impossível afirmar que eles se encontram seguros.

Atento ao problema com as instalações, o Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre) elaborou em 2014 o dossiê “Panorama da situação das instalações elétricas prediais no Brasil”. A ideia foi produzir um documento capaz de chamar a atenção da sociedade em geral, e dos agentes governamentais em particular, sobre a situação crítica das instalações elétricas de baixa tensão no Brasil.

O trabalho, que envolveu e foi assinado por diversas associações de classe e entidades ligadas a área elétrica, tem como objetivo estimular um debate mais profundo do tema. Por isso, oferece informações relevantes que dimensionam a gravidade do problema no Brasil.

Mais que apontar os problemas, a proposta do documento é oferecer sugestões para mudar este quadro. Sendo que a ação central é a elaboração de um mecanismo legal que leve à certificação compulsória das instalações elétricas, segundo os requisitos estabelecidos pela NBR 5410.

O fato é que não há como organizar o mercado e elevar os níveis de segurança das instalações elétricas sem esta certificação. E aqui não se propõe nada de novo. Diversos países, como Alemanha, Estados Unidos e França, já contam há anos com marcos legais que exigem que as instalações elétricas sejam avaliadas e certificadas. E este aspecto explica porque suas instalações são mais eficientes e seguras.

Infelizmente, o Brasil está atrasado nessa questão. O País não tem regulamentação federal ou estadual que obrigue, formalmente, o cumprimento dos requisitos técnicos das normas em vigor. E, sem este mecanismo legal, dificilmente teremos um avanço consistente na qualidade das nossas instalações.

Por isso, o dossiê lançado no ano ado deve ser entendido como um material de apoio para o início de um processo de transformação. Um processo que levará a uma nova realidade, onde a segurança e a eficiência das instalações elétricas brasileiras sejam rotina e não exceção.

Fonte: Portal Voltimum

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